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Lula e a “Mídia Golpista” (PARTE 3)

agosto 22, 2009

imprensa

Terminamos o segundo post desta série com uma pergunta: a quem interessa uma imprensa desmoralizada? A resposta é óbvia: a todos os corruptos do país, especialmente os corruptos políticos.

Neste contexto, o atual Governo presta um grande desserviço a nossa democracia, pois, ao usar sua popularidade para colocar a sociedade contra a imprensa, Lula coloca a faca e o queijo nas mãos dos congressistas para que estes elaborem uma nova lei de imprensa, de acordo com seus interesses.

Um mau prenúncio

O projeto de lei do Dep. Paulo Maluf que limita os poderes do Ministério Público na investigação de políticos é uma mostra do que pode vir a ocorrer num futuro com uma nova lei de imprensa criada por um Congresso em conflito com a mídia. Este mesmo projeto (já aprovado na Câmara e atualmente em tramitação no Senado) foi usado pelo próprio presidente Lula para “alertar” o Ministério Público com uma possível “castração de poderes”, caso o novo procurador geral da república não tivesse cuidado com as “biografias” dos investigados (no caso, Sarney). Para quem não sabe, o tal projeto proíbe a atuação do Ministério Público de investigar parlamentares quando “existirem motivações políticas” nas iniciativas dos procuradores. O problema é que os políticos usam a desculpa da “perseguição política” para se defenderem de quaisquer acusações. Logo, a atuação do Ministério Público, uma das poucas instituições de respeito do país, pode ficar de mãos atadas para investigar os políticos, caso tal projeto seja aprovado.

O verdadeiro golpe

Desde o fim da ditadura militar, parlamentares e jornalistas travam uma verdadeira batalha nos debates sobre para a criação de uma nova lei de imprensa. Em 1992, o Senado chegou até a votar uma lei que previa, entre outras coisas, a volta de um dos mais autoritários dispositivos da lei da instituída no período militar, que previa a prisão de jornalistas como punição para supostos delitos de imprensa. Para punir e principalmente inibir os meios de comunicação, os senadores ainda instituíram multas entre 10 e 20% do faturamento anual das empresas, valores que poderiam ser acrescidos em até 50% em caso de reincidência!!!

Felizmente o tal projeto de lei não foi sancionado e as discussões prosseguiram ao longo dos anos, chegando ao absurdo de termos hoje uma lei revogada e um projeto ainda em tramitação.  Ou seja, o Brasil é hoje o único país do mundo que não tem uma lei de imprensa.

Tal situação possibilita que Sarney, por exemplo, use dispositivos correlatos existentes nos códigos Civil e Penal (editados em plena ditadura Vargas) para censurar o jornal Estadão e veículos de comunicação do Maranhão e do Amapá.

Também usando os mesmos artifícios, a Igreja Universal do bispo Edir Macedo tem também minado os grandes jornais paulistas com milhares de processos em diversas comarcas espalhadas em todas as regiões do país. O “bispo”, aliás, tem engrossado o coro governista na guerra contra a “mídia golpista”, especialmente em relação à Rede Globo, hoje último obstáculo para a ascensão da sua Rede Record ao topo da audiência.

Em outra frente de combate a “mídia golpista”, os blogueiros a serviço do Lulismo (PHA e Azenha, por exemplo) aproveitam a ainda livre blogosfera para denegrir e promover o boicote dos seus “fiéis” leitores aos veículos de comunicação incluídos na lista negra do “PIG”, sigla de “Partido da Imprensa Golpista”, termo inventado pelo deputado petista Fernando Ferro e   popularizado por Paulo Henrique Amorim.

Se hoje existe uma grita geral nos três poderes contra a divulgação da imprensa de gravações e documentos obtidos de forma “ilegal”, no futuro certamente teremos na nova lei de imprensa proibindo tais reportagens classificadas por Lula como “denuncistas”.  Ou seja, será o fim das reportagens investigativas, pois os veículos de comunicação terão que ficar excessivamente cautelosos. E aí teremos uma autêntica “democracia autoritária”, bem nos moldes venezuelanos, onde veículos de comunicação de oposição ao governo são fechados e os jornalistas que continuam na ativa se sentem cada vez mais policiados ideologicamente.

Neste cenário cada dia mais radicalizado, pode sobrar para a Internet alguns “dispositivos legais” da lei de imprensa e eleitoral com o objetivo de proteger a “honra” das vossas excelências. Se isto ocorrer, espaços como este aqui certamente não terão a mesma liberdade para criticar os desmandos e abusos dos nossos ilustres representantes.

Quem perde com isso, claro, é a sociedade, pois a divulgação das falcatruas das nossas “excelências” é uma das poucas formas de punição que ainda funcionam neste país, já que bandido de colarinho branco não fica mais de um dia na cadeia (e nem sequer mais usa algemas por determinação do ilustre ministro do STF, Gilmar Mendes).

Blogs versus jornalões

Com a ascensão da Internet como meio de comunicação, existe uma tendência mundial de diminuição de importância dos grandes jornais, o que já se reflete nas reduções de tiragens e fechamento tais veículos. Nos EUA, por exemplo, todos os grandes jornais estão em crise. No Brasil, os principais jornais de alcance nacional (Folha, Estadão e O Globo) também têm reduzido suas tiragens.

No sentido inverso, os blogs políticos crescem a cada dia em importância. O blog de Noblat, por exemplo, em alguns momentos chega a ter mais audiência que os maiores portais do Brasil, entre os quais incluem-se as próprias versões on-line dos grandes jornais.

O problema desta nova realidade é que os blogs, além de terem um caráter mais opinativo, seus colunistas costumam exagerar na contundência de suas críticas, tanto ao governo quanto à oposição. Diferente de um grande jornal, por exemplo, onde as matérias são revisadas e analisadas pelos editores antes de serem publicadas, nos blogs as informações são disseminadas instantaneamente de forma direta ao público, na maioria das vezes sem o cuidado necessário na checagem das fontes.

O problema da distorção das informações nestes veículos é acentuado por dois fatores: o primeiro é a participação online dos leitores levando os pontos de vistas do colunista aos extremos (já que estes podem se apresentar com nomes e emails falsos e, portanto, se sentem no direito de falar qualquer coisa); o segundo é a censura de comentários contrários à opinião do colunista, o que provoca uma concentração de opiniões concordantes, levando aos leitores destes espaços a visões distorcidas da realidade e a um acirramento da guerra ideológica entre governistas e oposição (ver o exemplo do Paulo Henrique Amorim no primeiro artigo desta série).

Claro que em algum momento alguma coisa terá que ser feita para regulamentar a blogosfera. O problema é que qualquer iniciativa neste sentido será motivo de grande polêmica, principalmente em um ambiente de crise institucional com os três poderes em guerra com a imprensa. Coragem para enfrentar a opinião pública os congressistas já demonstraram ter no arquivamento das denúncias contra Sarney, principalmente quando contam com o apoio de um presidente com altos índices de aprovação.

Enfim, estamos caminhando para um terreno perigoso, caminho já trilhado pela Venezuela de Hugo Chaves. Nosso presidente da república, de forma consciente ou não, tem sido um dos principais vetores deste processo, ao colocar seus interesses pessoais acima dos interesses da Nação e ao tentar colocar a sociedade contra a imprensa, o principal instrumento de policiamento dos nossos políticos que dispomos hoje.

Para ver o primeiro post desta série, clique aqui.

  1. Aline Leal
    agosto 22, 2009 às 12:11 pm

    Muito bom o artigo. Nunca tinha parado para ver nesta ótica. Realmente se os senadores tiveram a cara de pau de fazer aquele papelão nesta semana, acho que esta nova lei aí vai ser uma sopa para eles. Temos que alertar a sociedade. A coisa tá ficando séria!

  2. Paulo Ramos
    agosto 22, 2009 às 3:13 pm

    Amilton, li os três artigos e gostei da sua análise. Sou mais um dos desiludidos com o PT. Só achei que faltou falar um pouco dos erros da mídia.

    • agosto 22, 2009 às 3:51 pm

      Paulo, a imprensa erra como todo mundo. São muitas notícias todos os dias, muitos jornalistas, muitos veículos, etc. Lógico que se vc buscar, todos os dias vai ter motivos para reclamar. Mas, de um modo geral, os jornalistas não inventam notícias. Com exceção dos colunistas, que algumas vezes forçam a barra em suas conjecturas, o jornalismo diário é feito de fatos. E, ao contrário da imagem que o pessoal do PHA tenta passar, os jornalistas não são um todo uniforme e manipulável conforme as vontades dos donos das empresas. As redações são ambientes dinâmicos, onde coabitam pessoas de opiniões divergentes. Estas discussões que rolam aqui também rolam entre os jornalistas. Lógico que existe um editorial que dá sempre uma direção ao jornal. Mas isto também é uma coisa legítima. Aliás, é comum nos EUA os jornais se posicionarem um pouco mais na direção dos republicanos ou dos democratas. Isto, no entanto, não impede que notícias contrárias às idéias defendidas pelo jornal não sejam publicadas. O que pode ocorrer é uma notícia ganhar mais ou menos relevância em um veículo conforme sua tendência ou conforme o dia em que ela ocorreu, pois, muitas vezes, uma notícia recebe mais ou menos relevância de acordo com o dia em que foi publicada. Se algo acontece no dia da morte de um Michael Jackson, por exemplo, as chances de ganhar um destaque na primeira página são bem reduzidas. O contrário ocorre em dias em que nada de muito importante acontece, quando notícias menos importantes podem assumir uma maior relevância. Lógico que no caso Sarney o Estadão tem tido uma atuação mais ativa do que os demais jornais. Mas nada impede que jornais de posições divergentes façam o mesmo no sentido inverso. O que resulta deste confronto é sempre positivo para a sociedade, pois a imprensa cumpre um papel importante na vigilância dos políticos. Agora, se hoje a maioria dos grandes veículos de comunicação tem uma posição mais crítica ao governo, aí cabe a reflexão que propomos no primeiro artigo desta série, pois não foi sempre assim. No segundo artigo, citamos algumas pesquisas que mostraram que Lula foi até beneficiado pela mídia das eleições de 2002. A mudança do conceito dos jornalistas em relação ao governo tem mais a ver com as ações do próprio presidente e seu partido do que com as supostas intervenções dos donos dos veículos de comunicação.

  3. agosto 22, 2009 às 4:48 pm

    O BRASIL É UM PAÍS EM DESCONSTRUÇÃO PARA RECOLONIZAÇÃO DA AMÉRICA LATINA PELA NOVA ORDEM MUNDIAL.
    Os banqueiros do mundo dministram a escassez planejada de tudo, incentivam a divisão e o ódio entre as pessoas através de todas as maneiras possíveis e imagináveis além da divisão de classe é claro. O medo de tudo e de todos contra todos através da mídia televisiva cada vez mais sofisticada e eficiente em suas programações terroristas.
    Doenças inexistentes, vacinas desnecessárias,tratamentos ineficientes, aprisionamento à FARMÀFIA, também de sua propriedade é claro. Sistema de saúde e educação colapsado intencionalmente, os paulistas que o digam. O crime é mais importante que o cidadão, o Rio de Janeiro que o diga. E por aí vai.
    Há muito mais sendo tramado contra os povos do mundo do que supõe nossa vã humanidade em tempo de ressurgimento feroz do 4ºReich, é o tigre do norte imperial por detrás do bambuzal de desinformações midiáticas. Obama é um marionete. Resta-nos por hora esta bendita internet que a N.W.O. e seus vassalos (do brazil) e do mundo querem também calar…

    PRECISAMOS COM URGÊNCIA IDENTIFICAR OS REAIS INIMIGOS do BRASIL.
    Sinto muito, sou grato!

  4. Débora Ferraz
    agosto 22, 2009 às 9:58 pm

    Os artigos são objetivos e muito esclarecedores, principalmente para quem não entende o que realmente está acontecendo no cenário político de nosso país. O que acontece hoje precisa ser visto e entendido com total clareza, pois implicará diretamente em nosso futuro (e bem próximo). Precisamos divulgar esse tipo de trabalho para que as pessoas enxerguem a verdade e não fiquem alienadas e inertes.

  5. jbmartins
    agosto 24, 2009 às 12:32 am

    FAÇAM O QUE A MIDIA GOLPISTA QUEREM, VENDEM O BRASIL E DEEM O PRE SAL AOS AMERICANOS, ACHAM QUE ELES ESTÃO CORRETO, QUEM ELEGEU ESTA CAMBADA, FOI O POVO, NÃO, FOI A MIDIA INFULENCIANDO O POVO A VOTAREM ATRAVES E POR MARQUETEIROS, A PLIN PLIN ESTA FALINDO PRECISA DE $$$$$, OS UNICOAS QUE VÃO ARRUMAR PARA ELA VAI SER PSDB E DEM COMO SEMPRE SUGESTÃO
    LEIAM O LIVRO “quem vai pagar a conta” Editora Record, acessem estes link
    http://blogdoonipresente.blogspot.com/2009/08/os-dez-estragos-de-fhc-na-petrobras.html
    e este
    http://baixandonafaixa.blogspot.com/2009/08/historia-secreta-da-rede-globo.html
    BAIXEM LEEM E TIREM SUAS CONCLUSÕES, OS CORRUPTOS TEEM QUE SER PRESO SIM, VAMOS MORALIZAR O BRASIL MAIS COMEÇANDO PELA MIDIA.

    • agosto 24, 2009 às 7:52 am

      Olá jbmartins,
      Veja que mídia golpista. Na semana em que o PT promoveu a maior pizza de sua história, a Globo, em seu horário mais nobre (Programa Fantástico), não tocou no assunto. Nenhuma das três grandes revistas semanais colocou o assunto como capa. Apenas a Veja fez uma matéria secundária e mais contundente sobre a crise no PT e só. Os protestos do movimento Fora Sarney foram notícia no exterior, enquanto que no Brasil apenas algumas notinhas de rodapé. O ator Bruno Galharso participou do programa Altas Horas e no final de sua participação gritou “Fora Sarney”. O protesto foi cortado. Como vc pode ver, a mídia erra para ambos os lados.

      Ah, sobre o livro que vc indicou deve ser realmente revelador. Afinal é um produto da Editora Record, emissora de credibilidade, a começar pelo seu dono, Edir Macedo.

  6. jbmartins
    agosto 24, 2009 às 10:39 am

    Uma coisa, Aquino, é o presente e o passado, Não existe Partidos e Politicos serios, estes estão atrelados a acordos que nos não temos conhecimento, O trabalho de politicos que conheço como FHC, ACM, JORGE BORNHUSEN, JOSE SERRA, AGRIPINO MAIA, GUERRA, JOSE SARNEY(enquanto comia na mão da globo, a globo não foi contra ele, por que tinha o SR ACM como ministro da Comunicações para facilitar a vida da Globo), não são dignos de se chamarem de Brasileiros, procure que voce entrarar o que fizeram, e qdo tem algo bom dizem que foi eles que fizeram, a grande midia apoia estas pessoas para facilitar ou conseguir vantagem no poder.

    • Hugo
      agosto 24, 2009 às 2:57 pm

      Lamento me intrometer, mas até o momento o Aquino, não mostrou apoio ao PSDB. Ele criticou o governo do Lula, por sua atitude com relação a imprensa. Erros não apagam erros. O PSDB errou e o PT também. A propósito o José Sarney que você sitou não é oposição é governo.

  7. jbmartins
    agosto 24, 2009 às 10:45 am

    Quanto ao livro voce diz que não tem credibilidade, por que o SR FHC não processa a Editora, mais tem outros links ai sera que todos não tem credibilidade ou sera que a grande midia tem a sua credibilidade.
    Procure no Google (Cidadão de Kane)
    http://blogdoonipresente.blogspot.com/2009/08/os-dez-estragos-de-fhc-na-petrobras.html
    http://baixandonafaixa.blogspot….rede- globo.html

    • agosto 24, 2009 às 10:25 pm

      Amigo, FHC foi minha segunda maior decepção política. Só foi superado por Lula. De modo que nada que este livro venha “revelar” me surpreende. Se FHC deu prejuízo à Petrobrás, o governo do PT não vai deixar por menos. Quando Lula assumiu, o barril de petróleo custava menos de 20 dólares. No ano passado chegou a custar 150 dólares e o litro da gasolina por aqui não diminuiu um centavo. As ações da Petrobrás foram às alturas com a descoberta do Pré-sal, ou seja, mais dinheiro nos cofres da empresa. Depois de tudo isso a maior empresa brasileira foi pedir dinheiro emprestado a Caixa Econômica. Como explicar? Pois é, no futuro também alguém vai escrever um livro falando da relação Governo Lula / Petrobrás.

  8. jbmartins
    agosto 24, 2009 às 10:47 am

    HELICÓPTERO DA POLICIA DE SÃO PAULO É UTILIZADO PARA TRANSPORTE DE MADAME COM O CONSENTIMENTO DE JOSÉ SERRA
    É o que denuncia o deputado estadual Capitão Olímpio.
    Major Olímipio: cúpula tucana usa helicópteros da PM como táxi aéreo
    O fato é que os helicópteros da Polícia Militar viraram táxi-aéreo de “aspones” e secretários do governador. Para você ter uma idéia, houve um sábado (em 2007) que o Goldman (Alberto Goldman, vice-governador de São Paulo) pegou seus chinelinhos e seu cachorro e chamou um “táxi-aéreo do governo”, que era, na realidade, um helicóptero de resgates da PM, para ir passear em Campos do Jordão. E isso ainda acontece nesse governo. As madames, mulheres dos usuários desse “serviço”, reclamaram então que nos helicópteros havia fuzis e elas não gostavam dos fuzis no seu táxi-aéro. Mandaram tirar; e a PM teve que retirar. Olha, isso é o fim do mundo. Fico revoltado, porque esses helicópteros devem servir para as ações policiais, não para transportar madames nem gente que quer passear com o cachorrinho em Campos do Jordão, nos sábados ensolarados. Mas o PV me mandou calar a boca.

    Eu pedi a CPI e também denunciei o caso à Procuradoria da Justiça do Estado de São Paulo. O parecer foi de que esse uso dos helicópteros pelo governo é legítimo. Mesmo com as aeronaves de socorro. Então, o governador pode tudo.

    INDIGNAÇÃO

    Quando houve a inundação no Maranhão, São Paulo mandou 30 bombeiros para lá. Eles foram enviados em um avião da FAB. Ajudaram e tal. Na volta, não tinha mais como eles voltarem no avião da FAB. O governo paulista não fez Nada. Os 30 bombeiros passaram três dias molhados, feridos, cansados, no aeroporto do Maranhão. JOSÉ SERRA não queria pagar passagens para os 30 bombeiros voltarem para suas casas, depois dessa missão autorizada. No último dia 3 eu fiz essa denúncia no Plenário.

    Nós, policiais, pagamos as passagens para os colegas com um fundo nosso mesmo, que mantemos para garantir café e bolachinhas nos quartéis. Nós, policiais, pegamos desse dinheiro e pagamos as passagens para os colegas. Na volta, eles nos contaram que não receberam sequer as diárias pelos dias que passaram lá, ajudando a salvar vidas. Como é que eu, um policial por 29 anos, posso apoiar esse governador?

    • agosto 24, 2009 às 10:25 pm

      Não entendo o que este comentário está fazendo aqui. Os desmandos do governo Serra devem ser denunciados sim e ponto, mas não têm nada a ver com este artigo. Não podemos justificar os erros de um com os erros do outro. O que quero deixar bem claro é que o fato de criticar o PT não significa necessariamente ser do PSDB. Aliás, já fiz o contrário (e não me arrependo) quando o presidente era FHC. Existem outros candidatos. Existe o voto nulo. Ganhe quem ganhar que ganhe por diferença mínima e que a população mostre sua indignação com milhões de votos nulos, pois ambos os partidos decepcionaram principalmente no quesito ética. A causa que defendo é a luta contra a idolatria, contra o fanatismo, contra o radicalismo. Ninguém é dono da razão. O PT acertou e errou, assim como o PSDB. Que sejamos críticos, não fanáticos.

  9. jbmartins
    agosto 24, 2009 às 10:48 am

    O New York Times quer administrar o pré-sal (com o PSDB)
    Atualizado em 18 de agosto de 2009 às 17:19 | Publicado em 18 de agosto de 2009 às 17:11
    Brasil assume maior controle dos campos de petróleo, com riscos de longo prazo
    Alexei Barrionuevo, no New York Times, do Rio de Janeiro, em 18.08.2009
     
    Diante da mais importante descoberta de petróleo do mundo em anos, o governo brasileiro está buscando recuar de mais de uma década de cooperação estreita com as companhias de petróleo estrangeiras e controlar mais diretamente a extração.
    A medida faz parte de um impulso nacionalista para aumentar os benefícios obtidos pelo país com seus recursos naturais e cimentar sua posição como potência global. Mas isso poderia retardar significativamente o desenvolvimento dos campos de petróleo, em um momento em que o mundo está à procura de novas fontes de energia, disseram analistas de energia e de risco. 
     
    Neste mês, o governo brasileiro disse que queria que a companhia nacional de petróleo, a Petrobras, controlasse todo o futuro desenvolvimento dos campos em águas profundas descobertos em 2007, que geólogos internacionais estimam poder conter dezenas de bilhões de barris de petróleo recuperáveis.
    A mudança tornaria a Petrobras a operadora de 62% da nova área que ainda não foi licitada, restringindo as empresas estrangeiras ao papel de investidores financeiros. Isso limitaria a capacidade delas de ajudar a determinar o ritmo do desenvolvimento dos campos de petróleo, dando à Petrobras um maior poder para gerar empregos e conceder contratos lucrativos.
    O petróleo se encontra sob cerca de 6 mil metros de água, areias em movimento e uma espessa camada de sal. Esta chamada região pré-sal, que se estende por centenas de quilômetros, é a maior reserva em desenvolvimento no mundo atualmente, especialmente dada a falta de acesso aos extensos depósitos do Iraque, disse Daniel Yergin, presidente da IHS Cambridge Energy Research Associates, uma consultoria de energia. Espera-se que também seja um dos mais complicados projetos na história da indústria petrolífera.
    “O momento e escala do desenvolvimento do pré-sal serão alguns dos fatores mais significativos para o equilíbrio global do petróleo na próxima década, principalmente após 2020”, quando o Brasil deverá aumentar ainda mais a produção, disse Yergin. “Se isso não acontecer, será um grande revés para o Brasil em termos de receita e uma perda significativa para o mundo em termos de nova oferta de petróleo.”
    Para o Brasil, as apostas são altas. Muitos aqui veem o petróleo como uma bala mágica para lidar com os maiores desafios sociais do país. Luiz Inácio Lula da Silva, o popular presidente do Brasil, quer mudar as leis de energia para canalizar mais receita dos campos ainda não desenvolvidos para os cofres do governo, criando fundos para melhorar a educação e saúde. Sua proposta será entregue ao Congresso em algum momento na próxima semana, disse um de seus assessores na segunda-feira. 
     
    Autoridades do governo daqui insistem que o Brasil não será tomado pelo mesmo tipo de fervor nacionalista que varreu a América Latina nos últimos anos. Como o México fez no final dos anos 30, Venezuela, Bolívia e Equador confiscaram os ativos de energia e expulsaram as companhias estrangeiras, apenas para ver sua produção de petróleo e gás natural estagnar ou diminuir.
    O governo Lula não está propondo que os estrangeiros sejam excluídos dos projetos de energia, nem mesmo que não tenham a chance de conquistar participações majoritárias em alguns casos. As empresas estrangeiras já estão envolvidas na primeira leva de projetos do pré-sal, incluindo o campo gigante de Tupi, que a Petrobras estima conter entre 8 bilhões a 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural.
    Mesmo sem o próximo grupo de campos pré-sal, o Brasil pretende mais que dobrar sua produção de petróleo, para 5,7 milhões de barris por dia até 2020.
    O Brasil fez grandes descobertas de petróleo tardiamente em seu desenvolvimento econômico, contando assim com uma economia diversificada, o que ajudará a evitar o “mal holandês” da dependência de um recurso natural, que tem afetado várias das potências mundiais de petróleo, disse José Sérgio Gabrielli, o presidente da Petrobras.
    Ele disse que o nacionalismo que está borbulhando no momento “não é um nacionalismo contra os estrangeiros”, mas sim um debate sobre a velocidade do desenvolvimento, quem ficará com maior parte do fluxo de receita e quem se beneficiará da tecnologia e conhecimento relacionados.
    Ainda assim, Gabrielli reconheceu que os ventos nacionalistas estavam começando a soprar de novo.
    Com a bandeira verde e amarela do Brasil aberta sobre o palco, membros do sindicato dos petroleiros assistiram a um novo documentário aqui no mês passado, “O Petróleo Tem Que Ser Nosso – Última Fronteira”. No filme, geólogos, líderes sindicais e até mesmo uma médica de 92 anos, Maria Augusta Tibiriçá, discutem como os novos campos poderiam gerar “trilhões de dólares” e transformar o futuro do Brasil.

    • agosto 24, 2009 às 10:47 pm

      Amigo, li todo o texto e não vi nada relacionado ao PSDB nem conspiração alguma. A matéria mostra de maneira equilibrada o que vem ocorrendo, inclusive que já existem empresas estrangeiras envolvidas no processo. Tenho certeza que se o governo fosse do PSDB estaria sendo bombardeado, sendo taxado de entreguista e tudo o mais. O governo Lula tem agido corretamente em relação ao Pré-sal e ponto. Também não sei porque este comentário está aqui. Acho que é mais uma “munição” da turma das conspirações para combater o “grande mal” do país que é a oposição.

  10. agosto 26, 2009 às 9:46 pm

    Por isso que disse em um post em meu blog, tem mais de 12 anos que anulo eu voto, mas sei que isso não é mais suficiente. Esta na hora do povo reagir, voltar as ruas para protestar.

  11. Livio
    novembro 1, 2009 às 10:57 pm

    Existem, claro, interesses e matérias pagas, ou lapidadas pelos seus redatores. Talvez o “marco inicial” do alarme contra a imprensa foi a perda de qualidade da Veja, que de uma “Time” ou “Newsweek”, parece tomar o rumo de um tablóide, fora os “colunistas” que fazem “tipo”, ou a postura anticidadã no caso Satiagraha.

    Mas há de se louvar os avanços. Por exemplo, a divulgação das verbas indenizatórias da Camara federal foi obtida por mandatos pela Folha de São Paulo.

    No caso, é de se imaginar o por quê dos Estados (não só MG e SP) cujos executivos e legislativos são tão menos escrutinados do que a Federação.

    Lamentei muito a postura volátil da Imprensa sobre o Buraco do Metrô, caso Alston (Rodoanel), crise da Polícia Civil, entre outros, aqui por SP. Isso só aumenta a sensação de parcialidade da chamada “Grande Imprensa”

    • novembro 2, 2009 às 8:49 am

      Lívio, concordo com sua observações. De fato é muito difícil ser isento quando percebemos um processo de “totalização da democracia” como o que está sendo observado com o Brasil nos últimos anos. Naturalmente um veículo como a Veja que toma uma posição contrária a isso tende a ser parcial, dando mais destaque ao que vai de encontro ao Governo Federal e, ao mesmo tempo, fazendo vistas grossas para digamos “problemas menores” no Governo de São Paulo. Lembro bem da cobertura da Veja na era FHC e, da mesma forma que hoje, existiram matérias bem ácidas sobre o Governo FHC, principalmente depois que este caiu de popularidade. Infelizmente este processo de radicalização estimulado pelo Governo Lula têm minado nossa democracia, a ponto de vermos hoje veículos como o Estadão censurado. Cabe a nós cidadãos “filtrar” estas informações.

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